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JARDIM DO PAÇO EPISCOPAL DE CASTELO BRANCO

Dados da Peça
Designação/Título: JARDIM DO PAÇO EPISCOPAL DE CASTELO BRANCO
Autor: Desconhecido
Morada: Rua Bartolomeu da Costa, Freguesia de Castelo Branco
Freguesia: Castelo Branco
Concelho: Castelo Branco
Coordenadas GPS:  39.8262997,-7.4931209,14.74
Data de Inauguração: 1ºquartel do séc. XVIII
Promotor: Bispo D. João de Mendonça
Materiais da Peça: Granito regional
Outras Dimensões Importantes:  
Descrição/Tema: Para Leonel Azevedo, “no Jardim do Paço, apercebe-se a influência dos jardins italianos o traçado geométrico dos patamares e o aproveitamento das diferenças topográficas para desfrutar das vistas, a introdução das sebes de murta, buxo e de árvores de espinho, a proliferação de estátuas em granito por entre os canteiros, os vários jogos de água, em especial os giochi, os três aproveitamentos dela que o barroco introduziu e cultivou”. Para além das duas grandes escadarias repletas de estatuária – uma com os monarcas portugueses e outra dos apóstolos – que se prolongam para o varandim do lago das coroas, há uma outra de menores dimensões, escolhida para nela figurarem os doutores da igreja. Esta última escadaria unia a residência do bispo (actual Museu Tavares Proença Júnior) e o jardim. A sul do tanque das coroas, e a um nível inferior, encontra-se o jardim alagado, que é um tanque de forma trapezoidal com canteiros curvilíneos no interior, sendo o único sem estatuária. No patamar principal do jardim encontram-se as quatro partes da terra, as estações do ano, o fogo e o ar, o ciclo do Zodíaco e, a coroar todo o atlas de referência ao universo e nos extremos, os novíssimos do homem: a morte, o juízo, o inferno e o paraíso. No patamar superior, junto da cascata, as figuras escolhidas prendem-se com o ciclo da água: Moisés, Samaritana e Santa Ana. Santa Maria Madalena encima um portal que dava para o olival do Paço e abençoa todo o espaço ajardinado, uma vez que é a padroeira dos jardins. O Jardim do Paço, através de um passadiço de três arcos sobre a Rua da Corredoura, comunicava com a Quinta (actual Parque da Cidade) que era dividida em talhões para cultivo, limitados por sebes de buxo, loureiro, murta e cipreste, definindo percursos por entre as áreas cultivadas. Para lá da Quinta desenvolvia-se o bosque, lugar sombrio com diferentes e frondosas árvores, abundando os loureiros e os ciprestes, sendo igualmente percorrido por várias ruas. Em 1936, acede-se ao Jardim do Paço por um novo recinto, através de uma escadaria moderna, ao terraço central do jardim. A decoração deste espaço é constituída por canteiros talhados em buxo, composto por painéis de azulejos que representam vários bispos do bispado de Castelo Branco.
Historial: Seria no primeiro quartel do séc. XVIII, sob o patrocínio do Bispo D. João de Mendonça, que os logradouros e o paço receberiam grandes benefícios. Segundo Leonel Azevedo, “o jardim, dedicado a São João Baptista, seria construído, muito provavelmente após a sua chegada de Roma, em 1720, onde vivera durante três anos”. Aliás. Este mesmo historiador refere que foi, certamente, um arquitecto italiano o autor do Jardim do Paço, à semelhança de encomendas similares de vultos eclesiásticos portugueses e de alguns nobres. Desta forma devem atribuir-se ao patrocínio de D. João de Mendonça a reconstrução do paço episcopal e a reformulação dos seus recreios. Todavia, o jardim só viria a ser terminado por D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, segundo bispo de Castelo Branco, coadjuvado por Frei Daniel Joaquim do Rosário, também chamado arquitecto Frei Daniel da Sagrada Família.
Bibliografia: (Texto cedido pela Câmara Municipal de Castelo Branco)
Fotógrafo:

 Pedro Medeiros

Ano de Registo Fotográfico:

 2004